Ó meu Deus, ela era tão real.
Estava mesmo à minha frente com aquele olhar trespassante e gélido. "Vou-to levar, odeio-o, odeio a forma como é fácil, odeio os beijos dele, odeio-o mas vou-to levar para longe" - disse-me.
O meu corpo estava tenso, tinha os punhos cerrados mas a tremer, o coração queria gritar, não é possivel! "E para te provar isso vamos ter uma experiência física e vais perde-lo".
Corrí. Peguei no telemóvel. "Por favor - disse a tremer- diz-me que isto é um pesadelo, que estão a gozar comigo."
Do outro lado uma voz resignada respondeu-me "É o destino! Não há nada a fazer". O meu sangue nesse momento transformou-se em raiva, era raiva que me corria pelas veias, artérias e capilares, era raiva que filtrava o oxigénio, a minha pele era da cor da raiva. "NÃO! - gritei - o destino somos nós que o fazemos com as nossas decisões, com as nossas acções, somos donos das nossas vidas, não deixes que ninguém te faça acreditar no contrário!"
À minha volta pessoas diambulavam na rua, eu andava aos zigue-zagues chocando contra uma, ora contra outra. Ela estava no carro à espera. "Isto é um pesadelo, um pesadelo, acorda, acorda! - dizia para mim. O telemóvel caiu no chão, deixei de lhe ouvir a voz do outro lado.
Abri os olhos e estava na minha cama, o coração batia agitado, olhei à volta para me situar na realidade. Tinha sido apenas um sonho mau.
Por agora um sonho. E amanhã?
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